Imigração e sexo explícito: novo longa de Bruce LaBruce estreia no Brasil em 20 de fevereiro

Imigração e sexo explícito: novo longa de Bruce LaBruce estreia no Brasil em 20 de fevereiro

Destaque no Festival do Rio, e duplamente premiado na Berlinale, o filme da dupla iraniana Maryam Moghhadam e Behtash Sanaeeha traz a história de uma mulher que decide ser livre, explorando o sentimento de solidão em um romance repentino na terceira idade.

São Paulo, fevereiro de 2025 – Temas completamente opostos podem fomentar a criação de produções cinematográficas transgressoras. Com o objetivo de unir um debate sobre a hipersexualização e a liberdade de corpos imigrantes, Bruce LaBruce, diretor queer conhecido por investir na criação de obras irreverentes como "Gerontofilia (2013)" e "Otto; ou Viva a Gente Morta (2008)", lançou O Intruso. Distribuído pela Imovision, referência em cinema independente, o filme chega ao Brasil em 20 de fevereiro.

A produção foi exibida pela primeira vez no Festival de Cinema de Berlim de 2024 e é uma releitura de Teorema, de Pier Paolo Pasolini. Por meio de cenas de sexo explícito, mistura pornografia com uma mensagem política. “Sou um grande admirador de Pasolini, sendo essa uma de minhas maiores inspirações como cineasta. Em O Intruso, o homenageio especialmente pelo trabalho em Teorema, mas também trago elementos de outros longas, como Porcile e Salò. O considero um gay, marxista, ateu e católico. Essas combinações contraditórias influenciaram a minha abordagem”, comenta o diretor, que apresentou uma exposição inédita sobre a sua carreira no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, entre novembro e janeiro deste ano.

O Intruso começou como uma ideia de arte colaborativa com os produtores Victor Fraga, jornalista e cineasta brasileiro, e Alex Babboni, que convidaram LaBruce para criar uma releitura de Pasolini em um contexto de ficção científica. A ideia inicial era um projeto artístico, sem a expectativa de que se tornaria um filme para grandes festivais de cinema.

Na história, um imigrante, interpretado pelo ator burlesco Bishop Black, aparece na beira do rio Tâmisa, nu e dentro de uma mala. Ele se desloca até a casa de uma família burguesa, onde é convidado a residir como funcionário. A partir daí, o visitante passa a seduzir cada membro em encontros eróticos, que se traduzem em uma crítica à xenofobia, ao racismo e à paranoia libidinosa projetada nos refugiados. O objetivo é abordar a “vida” e a “cura” por meio da sexualidade.

O diretor usou atores não profissionais, incluindo alguns de filmes pornográficos. Ele se concentrou em uma abordagem de elenco pessoal, trabalhando com conhecidos ou indicados pelos produtores, e fez a maioria das audições por Zoom. Além disso, realizou uma colaboração com a A/POLITICAL, organização que apoia artistas que enfrentam rejeições da indústria convencional.

Definido como "brilhantemente depravado" pelo IndieWire, O Intruso não terá um circuito regular, e sim sessões especiais aos fins de semana a partir do dia 20 de fevereiro. Em 25 de abril, o filme também estará disponível na Reserva Imovision. "Gerontofilia", a outra obra do diretor, já pode ser conferida na plataforma.



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